terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A queda sucessiva dos ministros no Governo Dilma

Antes de abordar o tema, quero deixar claro que não contra nem a favor a Dilma, na política não defendo nenhum partido, pois sempre julguei como uma grande farsa as disputas eleitorais, os políticos ofendem a honra do opositor e após essa grande encenação estão todos se abraçando e fazendo aliança política para concorrer a algum ministério em Brasília ou secretaria nos Estados e Municípios.
 1.  Tive que abordar esse caso, pois em menos de 1 ano de mandato da presidente Dilma Rousseff 7 ministros caíram e pelo andar da carruagem virão mais. Em Maio, especificamente no dia 15, o ministro chefe da Casa Civil Antonio Palocci (PT - SP) foi denunciado pelo jornal Folha de S.Paulo, onde dizia que seu patrimônio teria aumentado em 20 vezes entre os anos de 2006 a 2010, suspeitas essas advindas de enriquecimento ilícito e tráfico de influências. Apesar de todas essas provas o Procurador Geral da República Roberto Gurgel disse que: "nada consta" e arquivou as denúncias contra Palocci (sabe-se que este senhor foi indicado pelo Presidente Lula (PT) para assumir o cargo que exerce hoje, não estou acusando pois não tenho provas, mas pode ter sido uma troca pelo favor recebido, já que o acusado pertence ao mesmo partido do ex-presidente). Apesar do arquivamento dos autos, Palocci não resistiu e pediu o afastamento a Sra. Dilma.
Detalhe muito importante, este senhor já foi acusado de ter participado do caso mensalão quando era prefeito em Ribeirão Preto onde recebia R$50 mil mensais de empresas e este dinheiro era destinado aos cofres do partido para manter as campanhas políticas de seus associados. A partir do momento que foi quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa o então Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva demitiu Palocci do Ministério da Fazenda, quando o Guido Mantega assumiu o cargo e não mais saiu. Veja que o passado deste senhor (Palocci) não é nada limpo, lembrem-se de nas próximas eleições caso este senhor concorra a algum cargo eletivo, por favor NÃO VOTEM NELE.
2. O segundo a cair foi o sr. Alfredo Nascimento (PR-AM) que comandava o Ministério do Transporte, pois foi acusado pela Revista Veja sobre um esquema de propina que estava acontecendo no Ministério comandado por ele. Com essas notícias bombásticas o então ministro afastou o chefe de gabinete Mauro Barbosa da Silva, o assessor de gabinete Luís Tito Bonvini, o diretor-geral do DNIT Luís Antônio Pagot e o diretor-presidente da Valec José Francisco das Neves, apesar de todas as providências tomadas foi aberta investigação no Senado, mas o presidente do conselho de ética do senado João Alberto (PMDB - MA) que foi escolhido pelo presidente do Senado José Sarney (PMDB- AP) arquivou a representação feita pelo PSOL, pois o mesmo alegou que os documentos apresentados foram apenas recortes de jornais e revistas.
Além disso, foi constatado na mesma época das denúncias que seu filho Gustavo Morais Pereira teve seu patrimônio aumentado em 86500% (não digitei errado, é isso mesmo) no período de 2009 a 2011. A construtora de Gustavo que foi criado com um capital social de R$ 60 mil, teve seu patrimônio aumentado para mais de R$ 50 milhões, este caso está sob investigação e seu pai Alfredo pediu demissão do cargo no dia 6 de Julho.
3.  Vamos ao terceiro ministro, que foi Nelson Jobim, responsável pelo Ministério da Defesa, que permaneceu no cargo a pedido de Lula, este até agora foi o único que não foi demitido por acusações de corrupção, enriquecimento ilícito. Na verdade ele foi demitido por um comentário feito no aniversário de 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, onde disse que era obrigado a conviver com idiotas no governo e no final de Julho ele afirmou que votou no candidato José Serra em 2010  e por fim o estopim foi uma entrevista concedida a Revista Piauí onde classificou a ministra Ideli Salvatti como "fraquinha" e afirmou que sua colega Gleisi Hoffman não conhecia Brasília. Deixou o cargo no dia 4 de Agosto e assumiu Celso Amorim.
4. O quarto da lista foi o Ministro da Agricultura o sr. Wagner Rossi (PMDB-SP) que sofreu acusações de corrupção na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) entre elas de pagamento de propina em troca de contratos e favorecimento em campanhas eleitorais e a mais recente aponta que Rossi teria viajado em jatinho de empresa favorecida pelo ministério.
 O sr. Wagner alega que é perseguição devido a aliança entre PT e PMDB e sobre as viagens informa que não se enquadra em situação antiética, mas não é o que diz o Código de Ética e Conduta dos Servidores Públicos - Decreto n. 1.171, De 22 de Junho de 1994 conforme Seção III - Das Vedações ao Servidor Público:
XV - É vedado ao servidor público:
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem.
Ele também se defende informando que respondeu a todas as acusações com documentos comprobatórios, mas que a imprensa o ignorou. Alega ser inocente em carta entregue a Presidente Dilma e informa também que foi usado por ter demitido devido a irregularidades no ato de suas funções o ex-diretor financeiro da Conab Oscar Jucá Neto e o ex-chefe de licitações do Ministério da Agricultura Israel Leonardo Batista (sendo que foram eles que o acusaram de corrupção). Se é verdade tudo isso que o Sr. Wagner alegou não sei, mas que na política existe um grande "jogo de puxa tapete" isso não podemos negar, pois o poder mexe com a cabeça de pessoas fracas. Mas também não podemos dizer que ele é totalmente inocente, pois assim que se assume um cargo no funcionalismo público é de dever do cidadão se informar sobre suas obrigações e direitos e só para que todos saibam ele não era leigo, pois é graduado em Direito pela USP. O então ministro deixou o cargo na noite do dia 17 de Agosto.
5. O quinto foi o ministro do turismo Pedro Novais (PMDB-MA) pois seu nome já estava envolvido em escândalos desde Janeiro/2011, quando assumiu o ministério. Antes mesmo de assumir o cargo ele foi denunciado pelo jornal O Estado de S.Paulo de pedir ressarcimento a Câmara, quando ainda era deputado federal, no valor de R$ 2.156,00 (dois mil cento e cinquenta e seis reais) por despesas com motel em São Luis (MA), ele simplesmente incluiu a nota fiscal na prestação de contas de verba indenizatória. O ministro também utilizou os serviços de um servidor da Câmara, Adão dos Santos Pereira, como motorista particular para a sua mulher (aposentada do serviço público) Maria Helena de Melo.
O sr. Adão já servia no gabinete de Pedro Novais quando era deputado e ao assumir o cargo de Ministro do Turismo o motorista foi transferido para o gabinete do deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA) devido a troca de favores políticos e fisiológicos.
Após tudo isso ainda teve mais um caso, onde o secretário executivo do ministério, Frederico Costa, foi preso durante a operação Voucher da Polícia Federal, suspeito de liberação irregular de verbas públicas para a ONG Ibrasi. Costa pediu demissão e junto com ele foi o ministro Pedro Novais no dia 14 de Setembro.
6. Cuidado para não esquecerem as contas, estamos no sexto ministro afastado, e agora é o famoso caso Orlando Silva (PCdoB-BA) Ministro dos Esportes, onde também está envolvida sua mulher, Anna Cristina Lemos Petta e a ONG comandada por filiados do PCdoB.
Desde Fevereiro Orlando Silva foi acusado por sucessivas denúncias de fraudes em convênios com o ministério. O jornal O Estado revelou irregularidades no Programa Segundo Tempo, que teria se transformado em instrumento financeiro do partido de Orlando, mesmo assim a presidente Dilma resolveu não afastá-lo e que era necessário calma para apurar os fatos.
Em outubro novos fatos colocaram Orlando Silva como suspeito em suposto esquema de desvios de dinheiro e cobrança de propina, ele negou por 3 vezes no congresso sobre suposto esquema, mas sua repercussão ficou negativa, pois ele era o responsável pela organização da Copa do Mundo de 2014 e com isso no dia 26 de Setembro pediu para sair.
7.  O sétimo ministro a cair foi referente a pasta do Trabalho, Carlos Lupi (PDT-SP), mas antes de cair disse ironicamente que só sairia a bala da esplanada, durou 27 dias, pois ele mesmo se enforcou com a própria corda, primeiro perdeu o apoio do próprio partido após as ironias feitas e as explicações conflitantes sobre viagem em jatinho com o dono de uma das ONGs Adair Meira, sendo que esta era uma viagem oficial ao Maranhão e depois a ironia feita a Dilma com pedidos de desculpas.
Não conseguiu explicar à Comissão de Ética da Presidência  sobre as denúncias de cobranças de propina no exercício da função de ministro e pesaram para a sua queda mais denúncias sobre a utilização deste dinheiro para abastecer o caixa do PDT e patrocinar ONGs de fachadas.
Este ministro é mais um que foi mantido a pedido do ex presidente Lula, agora quem é que manda de verdade nesse país? É o ex ou a presidente Dilma, até agora o que vimos foi uma presidente apenas ocupando o cargo e o ex-presidente coordenando tudo nos bastidores, pois a grande maioria dos ministros que caíram tinha a indicação do Lula e tem mais um investigado o ministro do desenvolvimento industrial Fernando Pimentel (PT-MG) que entre 2009 e 2010 recebeu cerca de R$ 2 milhões por consultorias feitas as empresas e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e por tráfico de influências. Veremos os próximos capítulos.          

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